terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

TGV - ALTA VELOCIDADE FERROVIÁRIA EM PORTUGAL NÃO PODE SER CONSIDERADA PROGRESSO NEM TÃO POUCO FOMENTO DA ECONOMIA


TGV?

Nem é progresso nem é economia!

É o regresso a uma calinada na sua enésima versão. 

As pessoas continuam a ver “el dorados”. A Mentalidade de novos-ricos continua a funcionar, O TGV é e sempre foi um péssimo negócio. Com bilhetes de avião Lisboa-Madrid a menos de 40 euros quem vai pagar mais pelo pela Alta Velocidade Ferroviária?

O comboio, mais ou menos rápido, tem que servir as populações no terreno, nas distâncias entre cidades, ser em si motor de mobilidade regional, de aproximação. 

Os aeroportos estão em Lisboa, Porto, Faro e já agora o esquecido Aeroporto de Beja para onde não há dinheiro para deslocar uma linha de comboio uns míseros DOIS, 2Km colocando-o em linha com o Algarve, Faro e Lisboa. Mas também não há dinheiro para recuperar a linha Beja-Funcheira e electrificar todo este percurso de Casa Branca a Funcheira. E falam de TGV?

Então não há batatas para os bifes e hé para as iscas?

O que vem acrescentar aos aeroportos nacionais um comboio que levanta voo em Lisboa e aterra em Badajoz? Em Badajoz também há aeroporto! 

Parece-me que toda a população do país continua a ter que se deslocar a estes centros para apanhar um transporte de longo curso. Logo, ficamos na mesma e mais lentos. 

A rede portuguesa é que precisa de ser modernizada e ter ligação efectiva no maior número de pontos possíveis á rede espanhola, seja AVE, convencional ou mercadorias. 

E temos que rezar para os nossos vizinhos tratem da conversão das vias ferroviárias para bitola UIC e que seguidamente nós o façamos também para podermos ter um comboio de mercadorias a sair de Sines (ou qualquer outro ponto do país) com destino a Viena, a Toulouse, a Praga, a Munique, a Bratislava, a Kracovia, a ... Carregado de camiões, galeras, contentores…

Que um Sud-express chegue mesmo a Paris num tempo aceitável para um comboio. Porque um comboio só pode ser um comboio, nunca um avião nem um objecto de adorno. Para comboios de luxo, podemos fazer os turísticos que até convém que não andem muito rápido porque a malta gosta de ver a paisagem e temos alguns troços ferroviários tão belos.

Continuo a manter que uma linha de velocidade elevada Lisboa- Nova travessia ferroviária do Tejo - Pinhal Novo/Poceirão (interface de ligação Algarve e Setúbal - Vendas Novas (interface de ligação Linha do norte) - (novo traçado) Montemor o Novo - Évora (interface a Beja e seu aeroporto bem como ao Algarve por esta via) (ligação de Sines a Casa Branca)- (correcção de traçado) Azaruja – Estremoz (ligação a Portalegre, Linha do Leste a Cáceres e Beira Baixa a Castelo Branco – Covilhã – Guarda) - Borba - Vila Viçosa - Elvas (nova estação) - Badajoz (ligação á rede normal e AV espanhola). Capacidade de circulação de mercadorias e passageiros/velocidade de circulação entre 160 e 250Km/h / via dupla. Circulações - Inter regionais/ Intercidades/ Internacionais/ Mercadorias. 

Intercidades internacional Lisboa - Mérida. Internacional VA Lisboa - Évora - Badajoz - Cáceres - Madrid. E tantas outras possibilidades...

Isto parece-me gestão. 

Descrevi com detalhe esta faixa do território porque é a que tem estado na berlinda para zona de implantação da linha de AV. Mas poderia analisar toda a rede ferroviária nacional nas suas necessidades de modernização e de correcção de traçados com vista a melhor servirem cada região do país e o seu todo.

Desde obras que seriam ideais como por exemplo a ligação da linha do sotavento a Espanha criando assim sinergias entre Faro e Sevilha, a fruição do turismo por toda a linha costeira atlântico-mediterrânica do sul da península. A Ligação de Vila Franca das Neves a Bragança e a Puebla de Sanabria do outro lado da fronteira. A recuperação e modernização da linha do Corgo até Chaves. A reposição da ligação de Viseu a rede ferroviária…

Modernizar e dar nova vitalidade á linha do Oeste com circulações Lisboa-Coimbra…

Pensar seriamente a recuperação da linha do Douro numa perspectiva moderna. Na sua ligação a Salamanca e á Europa. A sua utilidade para os portos de Viana do Castelo e Leixões, bem como para o tecido industrial de indústrias com potencial exportador de todo o território a norte do Douro.

Pensar seriamente na modernização da linha do Minho no seu potencial turístico e estruturante para o noroeste peninsular. Vigo, A Corunha, Ourense são com quem o Minho precisa de fazer negócios, Braga e Santiago de Compostela têm turismo religioso. Pensar que a linha de Tuy para Ourense também pode servir as povoações que ficaram sem o troço Valença-Monção, além de que, do outro lado do rio até Melgaço pode beneficiar de circulações Porto-Ourense.

Terminar obras que foram iniciadas e ficaram a meio: Linha da Lousã, Linha do Corgo até Vila Real, Fazer da via estreita do Vouga (Espinho-Macinhata-Aveiro) o mesmo que se fez com a linha da Póvoa do Varzim, mesmo sem necessidade de via dupla mas com uma modernização e correcção de traçado…

TGV? Rede de AVP (Alta Velocidade Portuguesa)? 

Precisamos é de comboios para as pessoas e que os seus serviços sejam aliciantes, seja enquanto passageiros seja enquanto transportadores. Isso faz-se com uma rede ferroviária moderna que permita velocidade superior à das autoestradas e até 250 Km/h, e bem articulada com a rede espanhola e as cidades fronteiriças espanholas.

Vicente de Sá