sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

O elogio da política de baixos salários - trabalho pela côdea de pão

Num  discurso claramente ofensivo aos portugueses e portuguesas que querem trabalhar e ser justamente remunerados pelo seu trabalho, Pedro Ferraz da Costa, um dos lacaios do grande capital, mostra-se claramente defensor do neo liberalismo que pretende retomar o curso da sociedade feudo-vassálica versão século XXI.

Mostra neste tipo de discurso como, na sua condição de vassalo, homem de mão do grande capital, como pretende levar as massas trabalhadoras a acreditar que são vítimas de outros, os que buscam emprego e o seu lugar no mundo do trabalho, culpando-os por insucessos da economia.

Este tipo de discurso não visa mais que fomentar uma sociedade servil sem direitos de espécie alguma, destruindo todos os ganhos em direitos dos trabalhadores e trabalhadoras que foram conquistados durante o século XX.


Vejamos bem alerta como o faz e como sorrateiramente mina as lutas laborais.
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PÚBLICO 16 de Fevereiro de 2018

PEDRO FERRAZ DA COSTA
"AS PESSOAS NÃO QUEREM TRABALHAR, AS EMPRESAS NÃO CONSEGUEM CONTRATAR"
Pedro Ferraz da Costa, presidente do Fórum para a Competitividade, considera que a economia portuguesa está a ter um desempenho "fraquinho". "Poderíamos crescer acima de 4%, se quiséssemos."

O líder do Fórum para a Competitividade, Pedro Ferraz da Costa, diz que o crescimento de 2,7% do PIB em 2017 não o surpreendeu. Por um lado, sublinha que a entidade a que preside já previa um número dessa ordem de grandeza no início de 2017. O que o leva mesmo a afirmar que a economia portuguesa teve uma "performance fraquinha". "Poderíamos crescer acima de 4%, se quiséssemos", anota. Por outro lado, aponta para outro problema, no emprego. "Há falta de mão-de-obra em muitos sectores há bastante tempo. Qualquer empresa que queira contratar pessoas não consegue", salienta. Porquê? "Porque não querem trabalhar..."

Numa entrevista ao jornal i, o empresário que liderou a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) entre 1981 e 2001, é contundente na análise da evolução económica. Como aliás é seu timbre. Escolhido, em 2016, pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, para preparar uma "estratégia para o crescimento", Ferraz da Costa afirma nessa entrevista que os níveis de crescimento actuais ficam aquém do desejado – e do possível –, responsabilizando o Governo. "Os sinais externos são quase todos positivos, daí considerar a nossa performance fraquinha face às previsibilidades", argumenta, criticando a ausência de uma política que dê prioridade ao crescimento económico, que não existe "porque os objectivos governamentais não são esses". "Portugal nunca teve o crescimento económico como o seu principal objectivo", prossegue, o que tem reflexo também na força de trabalho.

"Uma economia que não cresce não cria lugares de chefia e não dá hipóteses aos mais jovens que acabam por ficar à espera que os mais velhos morram. (...) As empresas são quase lares de terceira idade", sentencia, concluindo que "é necessário que haja muitas empresas a crescer acima de 5%". E embora a taxa de desemprego se situe nos 8,1%, segundo dados oficiais referentes a 2017, "há falta de mão de obra". "Não temos pessoas para trabalhar em engenharia informática. A Altran queria abrir um centro de engenharia no Porto e tem estado a adiar o projecto porque não encontra o número de pessoas necessárias, simplesmente não há."

Licenciado em Finanças, Ferraz da Costa culpa um "ensino péssimo em termos de preparação para o futuro", algo que decorre da "falta de estratégia e também porque ninguém quer chatear ninguém".

Há 18 meses, numa entrevista ao PÚBLICO, considerava que o "Governo não inspira confiança nenhuma a uma grande parte dos investidores". Ano e meio depois, questiona na entrevista publicada nesta sexta-feira: "Não se deveria ter crescido mais?"

Licenciado em Finanças, o empresário destaca que "o PIB está aos níveis de 2007 e já se passaram dez anos (...). Neste momento não há razão nenhuma para não termos recuperado". Recuando ainda mais, a 2005, Ferraz da Costa vaticinava na altura que se o país continuasse a viver como então, em dez anos estaria "falido". Actualmente, olha para Portugal e diz que um cenário desses "depende do que vai acontecer externamente. "Estamos muito dependentes do que vai acontecer na Alemanha ou Itália. Nos EUA, apesar do folclore em torno de Donald Trump, a economia está óptima."
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Com isto se prova que todos os dias temos que estar alerta com estas raposas matreiras.

Vicente de Sá

sábado, 11 de julho de 2015

Não me sinto desiludido nem com Tsipras nem com o Siryza

A política é a arte do possível! E a capacidade e coragem de decidir não é para todos!
Se não existisse um Siryza e um Tsipras, não tínhamos hoje uma Europa a discutir uma vontade de demissão do Dijssembloem, a apontar a Merkel e o Schuble. Não teríamos dezenas de economistas a criticar a política austeritária, a discutir o neoliberalismo e a desregulação da economia.
As revoluções só são possíveis quando assentam num pensamento filosófico precedente bem amadurecido.
O pensamento enquistado e imutável não leva a avanços nas sociedades humanas. Só a evolução permanente e a adaptação permanente podem fazer evoluir.
Hoje Tsipras teve que aceitar o melhor possível entre o pior de dois mundos! Mas ganhamos um debate que vai continuar e acredito que esse debate vai conduzir à alteração desta ditadura neoliberal dos mercados, da desregulação, do empobrecimento do Estado, da destruição do estado social, que começou com a dona Tatcher, de má memória.
Hoje sabemos que Rajoy e Coelho são dois estupores inimigos do projecto social europeu em proveito da sua pequena política e dos seus apaniguados políticos. 
Hoje sabemos que a Alemanha não pode ser deixada à solta pois tentará sempre a sua hegemonia sobre a Europa.
Hoje sabemos que ainda que pouco tenha mudado imediatamente, nada mais será como antes de 5 de Julho!
As mudanças querem os seus tempos. Continuo com esta esquerda alternativa, mais aberta, lamentando que todos os comunistas continuem tão arreigados às formulas que já não se adaptam ao mundo presente. Não foi o marxismo que morreu, são os partidos comunistas, que apesar do respeito e admiração que por eles tenho, que não se modernizam e abrem ao debate contemporâneo. Às vezes parece que ainda não perceberam que as moles de Proletários da grande indústria e do campesinato hoje são os trabalhadores das cadeias de supermercados e dos call center.

Gosto das esquerdas alternativas, de Siryzas e Podemos, de Blocos de Esquerda, de Esquierda Unida, de Comunistas modernos e inteligentes, até era capaz de gostar de Socialistas e Social democratas se eles fossem isso mesmo e não gente vendida ao capitalismo mais básico para manter os seus tachinhos.
A luta pela democracia e contra os totalitarismos é uma luta permanente. Ela tem que contar com todos os que pensam que não podem haver pessoas com muito enquanto outra mendigam e morrem de fome.
É mais importante procurar o que une as esquerdas que o que as separa. Direito ao trabalho, direito à saúde, direito à educação, direito à habitação, direito ao apoio na velhice, na doença, no desemprego, na incapacidade. Todas as esquerdas concordam que nenhuma pessoa deve ficar à margem ou ser deixada para trás. É por isso que temos que nos bater em conjunto.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Allo! Europa! Escuta...


Allo!

Daqui do Sudoeste chamo a Europa toda!

Como diria o poeta filósofo Pessoa, humanizando a forma geográfica desta Europa, daqui “cabeça da Europa toda”.
Portugal foi o primeiro na Europa a crescer para além do mar.

Sim, escravizamos. Mas também matámos e morremos.

Fomos á sorte e á conquista e as glórias também nos deixaram  feridas.

Do reino levaram vidas, no reino deixaram viúvas e órfãos. E é tão fácil ver a crítica de Camões nas palavras do velho do Restelo a essa gloria de mandar e vã cobiça.
Sabes Europa, o mundo pode acusar a nossa história do tráfico negreiro, eu sei. Mas não posso corrigir os erros dos meus antepassados.

Não posso Corrigir os erros do colonialismo, da segregação racial, não posso.

Mas posso servir-me dessa história de domínio efémero para dizer que todos os homens são iguais e têm sonhos.

Para dizer que se hoje a língua lusa é falada em todos os continentes isso significa a dor e o sangue de Portugal, do Brasil, de Angola, de Moçambique, de Ceuta (onde tudo começou), de todas as costas de África, de Timor, desde o Indico aos mares da China, ás fronteiras Amazónicas.
Olha Europa, eu hoje vivo na cidade onde chegaram os primeiros japoneses á Europa. Eu nasci na cidade do navegador que deu nome á península do Labrador no Canadá, essa coisa a que nós portugueses no passado demos o nome de Terra Nova - New found land.
Afinal chegamos á conclusão que não foi o capitão Kook mas sim um Cristóvão de Mendonça e um Gomes de Sequeira no século XVI que primeiro chagaram á Austrália, e que antes de Colombo já em Portugal se sabia do Brasil muito embora só se tenha oficializado o achamento em 1500.

Europa, diz-me, devo ter orgulho ou remorso? Descobrimos o mundo e derramamos sangue, o nosso também!
Na fé ficamos com Roma, renegamos Martin Luter e Mohamed, mas com eles nos cruzamos sempre ao longo da História.
Europa, demos a nossa princesa a Carlos V e com seu filho perdemos a independência. Independência? Carlos V era senhor de meia Europa e nós demos-lhe uma esposa. Era senhor dos principados germânicos, dos Paises Baixos, de parte da Itália…
Europa, Portugal casou contigo durante sáculos. A casa de Avis casou com a casa de Lencaster e fez a mais velha aliança da Europa.
Por essa aliança meu avô foi defender a França nos campos da Flandres. Lembras-te Europa? Os meus antepassados da Casa dos Absburgos, da dinastia Filipina, guerrilhavam os meus inimigos das guerras napoleónicas, os franceses que quase ocuparam a totalidade deste Portugal, e o meu avô foi lutar pelos franceses.
Olha Europa, para o bem e para o mal estamos casados, nenhum mar nos separa, somos um contínuo de cidades e de gente. Gente que quer ser feliz.

Isso somos nós, Europa, os “europeses” como gosto de dizer.
Europa, aqui no sudoeste onde a terra acabava e o mar começava, aqui no

finisterra ou  no ponto mais setentrional, corre-me o sangue de todos que encontraram aqui o fim da jornada porque a história os empurrou para aqui. E foram celtas, foram germânicos, e vieram do levante, vieram da Elada, vieram de Cartago, do Latio, das margens do Pó, do Tigre, do Nilo. E vieram falar de Alá aos cristianizados Visigodos, germânicos.

Todos vieram por aqui.
Não esqueças Europa que quando nos anos 40 do vigésimo século, cometias todo o tipo de atrocidades em nome das pátrias e de uma raça (pura?) era por Cascais que andavam as cabeças coroadas, refugiados ricos e espiões!
Europa, eu, humilde nascido á beira do Atlântico neste território a que chamamos Portugal, e este nome radica em porto, local de abrigo de navios e navegantes, peço-te: olha para essa coisa que o século das luzes produziu “O Direito do Homem e Cidadão”. Olha a tua c cristianização como primado de respeito pelo outro, princípio vinculado por Erasmo onde se pretende o respeito do Homem pelo Homem.
Eu, Europa, com toda a carga e peso de toda a História, em tudo que tem de positivo e negativo, (não esqueço que nós e os nossos irmãos daqui do lado nesta Ibéria fomos responsáveis pelo maior acidente ecológico da História, e não foi pelas armas, foi pelas doenças que levámos ás américas) que fizemos a primeira globalização, peço-te: pensa em cada “europes” como um mundo repleto de memórias e histórias. Se queremos ser o velho continente que expandiu ao mundo, ou pretende expandir, os valores dessa democracia que nasceu na Elada, dessa república que nasceu em Roma e que a França deu nova expressão, o direito que confrontou Roma e Germânia, o apurar das filosofias, do Humanismo, das Luzes, da consciência de que todos os seres humanos são iguais em direitos e deveres, que nenhuma nação, religião, cultura, cor de pele, pode significar mais ou menos.
Peço-te, Europa, constrói-te como uma Nação de culturas, uma Nação de solidariedade, uma Nação que, de todos os tempos e de todos os países seja portadora das mensagens dos melhores e dos piores e que uses os melhores para continuar e os piores para saber por onde não ir.
Nós, os de Portugal só chegaremos aos de França se os de Espanha nos deixarem passar. Nós, os de Portugal e Espanha só chegaremos ao resto se os de França nos deixarem passar.

Nós todos do Norte e do Sul, do Este e do Leste só conseguiremos ser se formos todos, solidários.

Partilharmos o mesmo prato, a mesma manta é o objectivo.

Os campos de caça não são iguais, mas a partilha é o objectivo.

Europa queres ser a casa e mãe de nós todos?
Cidadão da europa, queres estrar em casa na Europa toda?
Cidadão da Europa, queres ter força moral para falar ao mundo?
Nós cometemos todos os erros, todas as arbitrariedades, todas as barbaridades, já sabemos como dói! E como pesa na consciência colectiva, quantos recalcamentos dá!
então temos que aceitar as nossas diferenças e construir um todo, a nação europeia. Temos que aceitar os de religião diferente, os de cor diferente, o de mania diferente. Todos têm que dar á construção da nova velha europa. Se fomos pelo mundo, se as nossas línguas são faladas no mundo também  o mundo tem que nos dizer,  quer fale em hebraico, suaíli, árabe, cantonês, eslavo, japonês, mandarim ou tantas e tantas línguas que o mundo usa para dizer: Igualdade, Liberdade, Fraternidade… AMOR
A EUROPA TODA É A MINHA NAÇÃO, O MÉDIO ORIENTE O BERÇO, O MUNDO A MINHA ESCOLA…

E TU?
SÓ O TEU UMBIGO?

 

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

TGV - ALTA VELOCIDADE FERROVIÁRIA EM PORTUGAL NÃO PODE SER CONSIDERADA PROGRESSO NEM TÃO POUCO FOMENTO DA ECONOMIA


TGV?

Nem é progresso nem é economia!

É o regresso a uma calinada na sua enésima versão. 

As pessoas continuam a ver “el dorados”. A Mentalidade de novos-ricos continua a funcionar, O TGV é e sempre foi um péssimo negócio. Com bilhetes de avião Lisboa-Madrid a menos de 40 euros quem vai pagar mais pelo pela Alta Velocidade Ferroviária?

O comboio, mais ou menos rápido, tem que servir as populações no terreno, nas distâncias entre cidades, ser em si motor de mobilidade regional, de aproximação. 

Os aeroportos estão em Lisboa, Porto, Faro e já agora o esquecido Aeroporto de Beja para onde não há dinheiro para deslocar uma linha de comboio uns míseros DOIS, 2Km colocando-o em linha com o Algarve, Faro e Lisboa. Mas também não há dinheiro para recuperar a linha Beja-Funcheira e electrificar todo este percurso de Casa Branca a Funcheira. E falam de TGV?

Então não há batatas para os bifes e hé para as iscas?

O que vem acrescentar aos aeroportos nacionais um comboio que levanta voo em Lisboa e aterra em Badajoz? Em Badajoz também há aeroporto! 

Parece-me que toda a população do país continua a ter que se deslocar a estes centros para apanhar um transporte de longo curso. Logo, ficamos na mesma e mais lentos. 

A rede portuguesa é que precisa de ser modernizada e ter ligação efectiva no maior número de pontos possíveis á rede espanhola, seja AVE, convencional ou mercadorias. 

E temos que rezar para os nossos vizinhos tratem da conversão das vias ferroviárias para bitola UIC e que seguidamente nós o façamos também para podermos ter um comboio de mercadorias a sair de Sines (ou qualquer outro ponto do país) com destino a Viena, a Toulouse, a Praga, a Munique, a Bratislava, a Kracovia, a ... Carregado de camiões, galeras, contentores…

Que um Sud-express chegue mesmo a Paris num tempo aceitável para um comboio. Porque um comboio só pode ser um comboio, nunca um avião nem um objecto de adorno. Para comboios de luxo, podemos fazer os turísticos que até convém que não andem muito rápido porque a malta gosta de ver a paisagem e temos alguns troços ferroviários tão belos.

Continuo a manter que uma linha de velocidade elevada Lisboa- Nova travessia ferroviária do Tejo - Pinhal Novo/Poceirão (interface de ligação Algarve e Setúbal - Vendas Novas (interface de ligação Linha do norte) - (novo traçado) Montemor o Novo - Évora (interface a Beja e seu aeroporto bem como ao Algarve por esta via) (ligação de Sines a Casa Branca)- (correcção de traçado) Azaruja – Estremoz (ligação a Portalegre, Linha do Leste a Cáceres e Beira Baixa a Castelo Branco – Covilhã – Guarda) - Borba - Vila Viçosa - Elvas (nova estação) - Badajoz (ligação á rede normal e AV espanhola). Capacidade de circulação de mercadorias e passageiros/velocidade de circulação entre 160 e 250Km/h / via dupla. Circulações - Inter regionais/ Intercidades/ Internacionais/ Mercadorias. 

Intercidades internacional Lisboa - Mérida. Internacional VA Lisboa - Évora - Badajoz - Cáceres - Madrid. E tantas outras possibilidades...

Isto parece-me gestão. 

Descrevi com detalhe esta faixa do território porque é a que tem estado na berlinda para zona de implantação da linha de AV. Mas poderia analisar toda a rede ferroviária nacional nas suas necessidades de modernização e de correcção de traçados com vista a melhor servirem cada região do país e o seu todo.

Desde obras que seriam ideais como por exemplo a ligação da linha do sotavento a Espanha criando assim sinergias entre Faro e Sevilha, a fruição do turismo por toda a linha costeira atlântico-mediterrânica do sul da península. A Ligação de Vila Franca das Neves a Bragança e a Puebla de Sanabria do outro lado da fronteira. A recuperação e modernização da linha do Corgo até Chaves. A reposição da ligação de Viseu a rede ferroviária…

Modernizar e dar nova vitalidade á linha do Oeste com circulações Lisboa-Coimbra…

Pensar seriamente a recuperação da linha do Douro numa perspectiva moderna. Na sua ligação a Salamanca e á Europa. A sua utilidade para os portos de Viana do Castelo e Leixões, bem como para o tecido industrial de indústrias com potencial exportador de todo o território a norte do Douro.

Pensar seriamente na modernização da linha do Minho no seu potencial turístico e estruturante para o noroeste peninsular. Vigo, A Corunha, Ourense são com quem o Minho precisa de fazer negócios, Braga e Santiago de Compostela têm turismo religioso. Pensar que a linha de Tuy para Ourense também pode servir as povoações que ficaram sem o troço Valença-Monção, além de que, do outro lado do rio até Melgaço pode beneficiar de circulações Porto-Ourense.

Terminar obras que foram iniciadas e ficaram a meio: Linha da Lousã, Linha do Corgo até Vila Real, Fazer da via estreita do Vouga (Espinho-Macinhata-Aveiro) o mesmo que se fez com a linha da Póvoa do Varzim, mesmo sem necessidade de via dupla mas com uma modernização e correcção de traçado…

TGV? Rede de AVP (Alta Velocidade Portuguesa)? 

Precisamos é de comboios para as pessoas e que os seus serviços sejam aliciantes, seja enquanto passageiros seja enquanto transportadores. Isso faz-se com uma rede ferroviária moderna que permita velocidade superior à das autoestradas e até 250 Km/h, e bem articulada com a rede espanhola e as cidades fronteiriças espanholas.

Vicente de Sá

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Porque no teu País

(este texto não é de minha autoria, mas como estou em sintonia com ele deixo-o aqui)


Se és um jovem português
Atravessa a fronteira do teu País
E parte destemido

Na procura de um futuro com Futuro

Porque no teu País
A Educação é como uma licenciatura
Tirada sem mérito e sem trabalho
Arquitectada por amigos docentes
E abençoada numa manhã dominical

Porque no teu País
É mais importante a estatística dos números
Que a competência científica dos alunos
O que interessa é encher as universidades
Nem que seja de burros

Porque no teu País
A corrupção faz parte do jogo
Onde os jogadores e os árbitros
São carne do mesmo osso
E partilham o mesmo tempero

Porque no teu País
A justiça é ela própria uma injustiça
Porque serve quem é rico e influente
Com leis democraticamente pobres

Porque no teu País
As prisões não são para os ladrões ricos
Porque os ricos não são ladrões
Já que um desvio é diferente de um roubo

Porque no teu País
A Saúde é uma doença crónica
Onde, quem pouco tem
É sempre colocado na coluna da despesa

Porque no teu País
Se paga a quem nada faz
E se taxa a quem pouco aufere

Porque no teu País
A incompetência política
é definida como coragem patriótica

Porque no teu País
Um submarino é mais importante que tu
E o mar apenas serve para tomar banho
E pescar sardinhas

Porque no teu País
Um autarca condenado à prisão pela justiça
Pode continuar em funções em liberdade
Passeando e assobiando de mãos nos bolsos

Porque no teu País
Os manuais escolares são pagos
Enquanto a frota automóvel dos políticos
É topo de gama

Porque no teu País
Há reformas de duzentos euros
E acumulação de reformas de milhares deles

Porque no teu País
A universidade pública deixou cair a exigência
E as licenciaturas na privada
Tiram-se ao ritmo das chorudas mensalidades

Porque no teu País
Os governantes, na sua esmagadora maioria
Apenas possuem experiência partidária
Que os conduz pelas veredas do "sim ao chefe"

Porque no teu País
O que é falso, dito como verdade,
Sob Palavra de Honra !
São votos ganhos numa eleição

Porque no teu País
As falências são uma normalidade
O desemprego é galopante
A criminalidade assusta
O limiar da pobreza é gritante
E a venda de Porsches ... aumenta

Porque no teu País
Há esquadras da polícia em tal estado
Que os agentes se servem da casa de banho
Dos cafés mais próximos

Porque no teu País
Se oferecem computadores nas escolas
Apenas para compor as estatísticas
Do saber "faz de conta" em banda larga

Porque no teu País
Se os teus pais não forem ricos
Por mais que faças e labutes
Pouco vales sem um cartão partidário

Porque no teu País
Os governantes não taxam os bancos
Porque, quando saírem do governo
Serão eles que os empregam

Porque no teu País
És apenas mais um número
Onde o Primeiro-Ministro se chama Alice
Que vive no País das Maravilhas
Mesmo ao lado do teu.

Foge !
E não olhes para trás !"

(desconheço o autor recolhi de uma amiga no face book)

Revolt needs

Revolt needs everything.
Papers and books, arms and explosives, reflection andswearing, poison, daggers and arson.
The only question is:
how to combine them?

Sobre "a estória de um miudo" das "Angústias do Senhor Trinity"



Quando o sr. Patalim Patalão sonhou a sua vida, ou talvez quando eu sonhei a minha vida… Ou quando, pelas contingências estranhas da vida, sonhámos e depois vimos os sonhos adiados ou moribundos, seguimos na senda comezinha da sobrevivência condicionada por tantos elementos.

As Angustias do Senhor Trinity deram corpo a um projeto que é o retrato poético-dramático-musical, talvez um poema sinfónico, não sei se exagero, que retrata, com acutilância os dias de hoje. Um excelente texto que merece ser visto com urgência e atenção pois trata-se de um retrato impressionista de um mundo em que tudo está mal porque os porcos têm que comer sempre bem.



VICENTE DE SÁ