Num discurso claramente ofensivo aos portugueses e portuguesas
que querem trabalhar e ser justamente remunerados pelo seu trabalho, Pedro Ferraz da Costa, um dos lacaios
do grande capital, mostra-se claramente defensor do neo liberalismo que pretende
retomar o curso da sociedade feudo-vassálica versão século XXI.
Mostra neste tipo de discurso como, na sua condição de vassalo, homem de mão do grande capital, como pretende
levar as massas trabalhadoras a acreditar que são vítimas de outros, os que
buscam emprego e o seu lugar no mundo do trabalho, culpando-os por insucessos da
economia.
Este tipo de discurso não visa mais que fomentar uma sociedade servil sem direitos de espécie alguma, destruindo todos os ganhos em direitos dos trabalhadores e trabalhadoras que foram conquistados durante o século XX.
Vejamos bem alerta como o faz e como sorrateiramente mina as
lutas laborais.
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PÚBLICO 16 de Fevereiro de 2018
PEDRO FERRAZ DA COSTA
"AS PESSOAS NÃO QUEREM TRABALHAR, AS EMPRESAS NÃO
CONSEGUEM CONTRATAR"
Pedro Ferraz da Costa, presidente do Fórum para a
Competitividade, considera que a economia portuguesa está a ter um desempenho
"fraquinho". "Poderíamos crescer acima de 4%, se
quiséssemos."
O líder do Fórum para a Competitividade, Pedro Ferraz da
Costa, diz que o crescimento de 2,7% do PIB em 2017 não o surpreendeu. Por um
lado, sublinha que a entidade a que preside já previa um número dessa ordem de
grandeza no início de 2017. O que o leva mesmo a afirmar que a economia
portuguesa teve uma "performance fraquinha". "Poderíamos crescer
acima de 4%, se quiséssemos", anota. Por outro lado, aponta para outro
problema, no emprego. "Há falta de mão-de-obra em muitos sectores há
bastante tempo. Qualquer empresa que queira contratar pessoas não
consegue", salienta. Porquê? "Porque não querem trabalhar..."
Numa entrevista ao jornal i, o empresário que liderou a
Confederação Empresarial de Portugal (CIP) entre 1981 e 2001, é contundente na
análise da evolução económica. Como aliás é seu timbre. Escolhido, em 2016,
pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, para preparar uma "estratégia
para o crescimento", Ferraz da Costa afirma nessa entrevista que os níveis
de crescimento actuais ficam aquém do desejado – e do possível –,
responsabilizando o Governo. "Os sinais externos são quase todos
positivos, daí considerar a nossa performance fraquinha face às
previsibilidades", argumenta, criticando a ausência de uma política que dê
prioridade ao crescimento económico, que não existe "porque os objectivos
governamentais não são esses". "Portugal nunca teve o crescimento
económico como o seu principal objectivo", prossegue, o que tem reflexo
também na força de trabalho.
"Uma economia que não cresce não cria lugares de chefia
e não dá hipóteses aos mais jovens que acabam por ficar à espera que os mais
velhos morram. (...) As empresas são quase lares de terceira idade",
sentencia, concluindo que "é necessário que haja muitas empresas a crescer
acima de 5%". E embora a taxa de desemprego se situe nos 8,1%, segundo
dados oficiais referentes a 2017, "há falta de mão de obra".
"Não temos pessoas para trabalhar em engenharia informática. A Altran
queria abrir um centro de engenharia no Porto e tem estado a adiar o projecto
porque não encontra o número de pessoas necessárias, simplesmente não há."
Licenciado em Finanças, Ferraz da Costa culpa um
"ensino péssimo em termos de preparação para o futuro", algo que
decorre da "falta de estratégia e também porque ninguém quer chatear
ninguém".
Há 18 meses, numa entrevista ao PÚBLICO, considerava que o
"Governo não inspira confiança nenhuma a uma grande parte dos
investidores". Ano e meio depois, questiona na entrevista publicada nesta
sexta-feira: "Não se deveria ter crescido mais?"
Licenciado em Finanças, o empresário destaca que "o PIB
está aos níveis de 2007 e já se passaram dez anos (...). Neste momento não há
razão nenhuma para não termos recuperado". Recuando ainda mais, a 2005,
Ferraz da Costa vaticinava na altura que se o país continuasse a viver como
então, em dez anos estaria "falido". Actualmente, olha para Portugal
e diz que um cenário desses "depende do que vai acontecer externamente.
"Estamos muito dependentes do que vai acontecer na Alemanha ou Itália. Nos
EUA, apesar do folclore em torno de Donald Trump, a economia está óptima."
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Com isto se prova que todos os dias temos que estar alerta
com estas raposas matreiras.
Vicente de Sá