sábado, 11 de julho de 2015

Não me sinto desiludido nem com Tsipras nem com o Siryza

A política é a arte do possível! E a capacidade e coragem de decidir não é para todos!
Se não existisse um Siryza e um Tsipras, não tínhamos hoje uma Europa a discutir uma vontade de demissão do Dijssembloem, a apontar a Merkel e o Schuble. Não teríamos dezenas de economistas a criticar a política austeritária, a discutir o neoliberalismo e a desregulação da economia.
As revoluções só são possíveis quando assentam num pensamento filosófico precedente bem amadurecido.
O pensamento enquistado e imutável não leva a avanços nas sociedades humanas. Só a evolução permanente e a adaptação permanente podem fazer evoluir.
Hoje Tsipras teve que aceitar o melhor possível entre o pior de dois mundos! Mas ganhamos um debate que vai continuar e acredito que esse debate vai conduzir à alteração desta ditadura neoliberal dos mercados, da desregulação, do empobrecimento do Estado, da destruição do estado social, que começou com a dona Tatcher, de má memória.
Hoje sabemos que Rajoy e Coelho são dois estupores inimigos do projecto social europeu em proveito da sua pequena política e dos seus apaniguados políticos. 
Hoje sabemos que a Alemanha não pode ser deixada à solta pois tentará sempre a sua hegemonia sobre a Europa.
Hoje sabemos que ainda que pouco tenha mudado imediatamente, nada mais será como antes de 5 de Julho!
As mudanças querem os seus tempos. Continuo com esta esquerda alternativa, mais aberta, lamentando que todos os comunistas continuem tão arreigados às formulas que já não se adaptam ao mundo presente. Não foi o marxismo que morreu, são os partidos comunistas, que apesar do respeito e admiração que por eles tenho, que não se modernizam e abrem ao debate contemporâneo. Às vezes parece que ainda não perceberam que as moles de Proletários da grande indústria e do campesinato hoje são os trabalhadores das cadeias de supermercados e dos call center.

Gosto das esquerdas alternativas, de Siryzas e Podemos, de Blocos de Esquerda, de Esquierda Unida, de Comunistas modernos e inteligentes, até era capaz de gostar de Socialistas e Social democratas se eles fossem isso mesmo e não gente vendida ao capitalismo mais básico para manter os seus tachinhos.
A luta pela democracia e contra os totalitarismos é uma luta permanente. Ela tem que contar com todos os que pensam que não podem haver pessoas com muito enquanto outra mendigam e morrem de fome.
É mais importante procurar o que une as esquerdas que o que as separa. Direito ao trabalho, direito à saúde, direito à educação, direito à habitação, direito ao apoio na velhice, na doença, no desemprego, na incapacidade. Todas as esquerdas concordam que nenhuma pessoa deve ficar à margem ou ser deixada para trás. É por isso que temos que nos bater em conjunto.

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